Tem certas noites que eu saio pro terreiro
E me torno um seresteiro, a cantar, a cantar
Canções que cantei junto a ela que sorria
Mas que desde aquele dia do adeus me faz chorar
É testemunha a Lua clara, calma e fria
Que recorda a magia, doces tempos que sonhei
E lá no céu não vejo desde aquele dia
Aquela estrela que um dia
Com o seu nome batizei
É aqui que eu moro, tenho alma de sertanejo
Nessa imensidão me vejo na saudade de um bem
Junto de mim a natureza me consola
Porém, se chora a viola
É porque eu choro também
A minha vida hoje é puro nostalgia
Até mesmo a poesia já não fala mais em flor
Não lembra a rosa, só o espinho que arranha
Minha voz é tão estranha quando lembra aquele amor
Minha viola de acordes tão perfeitos
O seu som dói no meu peito quando lembro quanto amei
E lá no céu não vejo desde aquele dia
Aquela estrela que um dia
Com o seu nome batizei